Trump anunciará novos navios de guerra em meio à tensão com a Venezuela
A "Frota Dourada" deve ser anunciada ainda nesta segunda (22)

Foto: National Archives and Records, Eneas de Troya
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta segunda-feira (22) a construção de novos navios de guerra, segundo informações de uma fonte do governo com conhecimento dos planos. As informações são da CNN Brasil.
O anúncio está marcado para as 18h30, no horário de Brasília, e deve ocorrer em uma propriedade de Trump na Flórida, em meio a tensões com a Venezuela e ao aumento da presença de navios dos Estados Unidos no Caribe.
O presidente americano tem pressionado o governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, e realizado tentativas de cortar as receitas do país com a exportação de petróleo.
Na última sexta-feira, a Marinha dos Estados Unidos anunciou a chamada Frota Dourada, composta por uma nova classe de fragatas com tecnologia mais avançada, destinada a reforçar a contenção da China. As embarcações foram projetadas para proteger rotas marítimas e dar suporte a navios de maior porte.
A Marinha americana também tem participado de interceptações de navios petroleiros no Caribe. No entanto, a liderança dessas operações passou a ser exercida pela Guarda Costeira do país.
Neste mês, dois navios foram interceptados na costa venezuelana. Em um dos casos, a Guarda Costeira estava em perseguição ativa a uma embarcação de grande porte após o navio se recusar a atender às tentativas de apreensão por parte dos Estados Unidos.
Na manhã desta segunda-feira (22), o resultado da perseguição ainda era incerto, mas autoridades americanas afirmaram que o fato de o navio ter mudado de rota e navegado para longe do país já caracterizava a operação como bem-sucedida. A embarcação estava vazia e seguia para a Venezuela para carregar petróleo.
Em resposta, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou uma nota diplomática a líderes da América Latina e a países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), pedindo que condenem as pressões exercidas pelos Estados Unidos e exijam o fim da militarização e dos bloqueios contra o país.
O comunicado foi divulgado pelo chanceler venezuelano, Yván Gil.
“Exijamos imediatamente o cessar da mobilização militar, do bloqueio e dos ataques armados, e ativemos os mecanismos do sistema multilateral para investigar, sancionar e prevenir a repetição desses fatos”, afirmou Maduro em declaração lida pelo chanceler na televisão estatal.
Maduro também afirmou que o bloqueio e o que chamou de pirataria aumentam a instabilidade do mercado internacional, afetando as economias da América Latina e do Caribe.
Segundo o governo venezuelano, os dois navios apreendidos nos últimos dias transportavam cerca de quatro milhões de barris de petróleo do país. Maduro classificou as operações como sequestro e roubo das embarcações.
“A Venezuela não cometeu nenhum ato que justifique essa intimidação militar”, declarou.
No documento, Maduro afirma ainda que, em 28 ataques, 104 pessoas teriam sido executadas de forma extrajudicial pelos Estados Unidos, muitas delas em situação de naufrágio. Segundo ele, não se tratam de incidentes isolados, mas de uma prática sistemática de uso letal da força fora das normas do direito internacional.
O presidente venezuelano acrescentou que as ações violam normas internacionais que garantem a proteção de civis feridos e náufragos, além do princípio da distinção entre civis e combatentes.


