Olodum pede busto em homenagem a Neguinho do Samba no Pelourinho, e cobra maior valorização da cultura afrobaiana
Banda fez show no Festival da Virada nesta última terça-feira (30)

Foto: Olodum/ Divulgação
O bloco afro Olodum aproveitou a participação no Festival Virada Salvador 2026 para cobrar do poder público maior reconhecimento à cultura afro-baiana e ao samba-reggae.
Durante a coletiva concedida nesta terça-feira (30), antes e depois de subir ao palco, integrantes do grupo defenderam a instalação de um busto em homenagem a Neguinho do Samba no Largo do Pelourinho.
O pedido foi feito pelo vocalista Lucas Di Fiori, que destacou a importância histórica do músico na criação do samba-reggae, gênero surgido no Centro Histórico de Salvador e que ganhou projeção internacional. Segundo ele, a contribuição de Neguinho do Samba extrapolou fronteiras e ajudou a levar a música baiana ao mundo, inclusive por meio de colaborações com artistas internacionais como Michael Jackson.
Ao falar sobre a identidade cultural da capital baiana, Lucas ressaltou que Salvador se apresenta como uma cidade afro e negra, mas que esse reconhecimento ainda não se reflete de forma plena em ações concretas. Para o vocalista, uma homenagem permanente no Pelourinho simbolizaria a transformação de um espaço marcado por sofrimento histórico em um local de celebração, alegria e valorização da cultura negra.
Além do pedido de homenagem, o cantor também abordou temas como desigualdade, violência e a necessidade de reconhecimento efetivo das manifestações culturais afrodescendentes.
“Quando a gente parar de perguntar e de falar desses assuntos, aí vamos entender que a valorização chegou. A cidade afro, a capital afro, é o que é vendido, é o que é exportado. Está na televisão, nas propagandas. Reconhecemos os avanços, mas sabemos que ainda é preciso fazer muito mais”, disse em coletiva.


