Bolsonaro é internado em hospital de Brasília após autorização do STF para cirurgia

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado na manhã desta quarta-feira (24) no hospital DF Star, em Brasília, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para deixar a Superintendência da Polícia Federal, onde está detido desde novembro. Ele será submetido a uma cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral na quinta-feira (25).

Bolsonaro deixou a sede da PF por volta das 9h30, em uma viatura policial, utilizando a garagem do prédio. O deslocamento até o hospital durou cerca de cinco minutos. Esta foi a primeira saída do ex-presidente do local de custódia desde que teve a prisão decretada, há 32 dias.

De acordo com a decisão judicial, a transferência deveria ocorrer de forma reservada. Moraes determinou que o deslocamento fosse realizado “de maneira discreta, e o desembarque deverá ser feito nas garagens do hospital”.

Internado para os procedimentos pré-operatórios, Bolsonaro permanecerá em uma ala isolada, separada dos demais pacientes. Ele passará por exames laboratoriais e avaliação cardíaca para análise do risco cirúrgico. A previsão da equipe médica é de que o ex-presidente permaneç hospitalizado por um período entre cinco e sete dias após o procedimento.

A cirurgia foi autorizada após perícia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal confirmar o diagnóstico de hérnia inguinal bilateral. Segundo o laudo, o quadro não é considerado de urgência ou emergência, mas o procedimento foi recomendado para evitar agravamento e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Na mesma decisão, Moraes autorizou apenas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a acompanhar o ex-presidente durante a internação. Os filhos Flávio e Carlos Bolsonaro tiveram o pedido negado e só poderão realizar visitas mediante autorização judicial prévia.

O ministro também estabeleceu regras rígidas de segurança, determinando que a Polícia Federal mantenha vigilância integral do custodiado e do hospital, com fiscalização 24 horas por dia e, no mínimo, dois agentes na porta do quarto. A entrada de celulares e computadores no local está proibida, com exceção de equipamentos médicos.

Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, após violar a tornozeleira eletrônica que utilizava. Três dias depois, o ministro Alexandre de Moraes determinou o início do cumprimento da pena definitiva. Na decisão, o magistrado afirmou que:

"O custodiado Jair Messias Bolsonaro, portanto, não tem direito à prisão domiciliar, pois foi condenado à pena privativa de liberdade em regime fechado, pela prática de crimes gravíssimos contra o Estado Democrático de Direito, praticados com violência e grave ameaça, bem como por liderar complexa organização criminosa composta por agentes públicos e infiltrada nos altos escalões dos órgãos governamentais".

Com histórico de múltiplas cirurgias desde a facada sofrida em 2018, Bolsonaro já passou por diversos procedimentos médicos nos últimos anos. Em 2025, ele foi submetido a uma cirurgia de longa duração para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal. Também houve registros recentes de pneumonia viral e internações para exames e retirada de lesões de pele.